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13/03/2023

Futuro: veja como foi a NRF 2023

Fred Heitmann, Chief Operation Officer da Quality Digital*

Na última semana tive o prazer de, mais uma vez, participar da National Retail Federation (NRF), uma super feira de varejo em Nova Iorque, onde podemos ficar por dentro de tendências e novidades dos setores de e-commerce, lojas, tecnologias, processos de marketing para o varejo e tudo que envolve esse mundo de compra e venda on e off.

Este é o tipo de evento em que saímos com a sensação de que possui nas mãos um spoiler do futuro, uma vez que debates e palestras nos permitem descobrir de antemão as tendências para os próximos anos.

A NRF 2023 também é uma régua para medir e validar tudo aquilo que estamos produzindo, projetando e desenvolvendo. Será que estamos frente a frente com empresas de consultoria de outros países? O que podemos aprimorar? Quais novidades podemos trazer para o Brasil?

Você já ouviu aquela frase “só é possível enxergar a ilha estando fora dela”? Então, é basicamente isso. A gente só tem capacidade de ver de fato o que estamos entregando quando saímos da nossa zona de conforto e abrimos os olhos para o novo, identificando novas técnicas, processos, tecnologias, e assim por diante.

Aumento do público

Dentre as coisas que gostaria de destacar aqui está a volta da “normalidade” quando comparada à NRF 22. No ano passado, a feira aconteceu num momento pós-covid no qual muitas pessoas ainda estavam receosas em participar de um evento com um grande número de pessoas, sem contar o fato de que, poucas semanas antes surgiu a variável omicron, que assustou muitos e causou diversos cancelamentos, tanto de speakers, quanto de patrocinadores e visitantes. Mas este ano foi tudo aquilo que esperávamos de uma NRF, grandiosa, movimentada, grandes nomes como patrocinadores e palestrantes, entregando tudo aquilo que é prometido.

O Brasil atento ao futuro

Também me surpreendi muito com a quantidade de brasileiros que encontramos por lá. Cada vez mais a América Latina vem ganhando relevância em suas participações, e arrisco dizer que a comitiva brasileira estava como a terceira maior do evento, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e Canadá. É muito satisfatório ver, ao longo dos anos, como as empresas nacionais estão cada vez mais engajadas e compreendem a importância de um evento como a NRF, gerando mais oportunidades de trazer grandes novidades para o nosso país e mostrar que sim, estamos em sintonia com as novas tecnologias.

Metaverso perde força

Na feira anterior, o Facebook havia acabado de anunciar sua mudança de nome para Meta, era um estouro. Já este ano, posso dizer que o assunto está menos intenso do que eu imaginava, ainda em processo de amadurecimento. Por outro lado, blockchain é um termo que continua, e muito, em evidência, a expansão do assunto é notável e apesar de ter sido tema de feiras anteriores, o debate está cada vez mais forte, porém ainda com poucos exemplos de aplicação no mundo real.

Web 3.0, um novo capítulo da história digital

Lembra no começo deste artigo quando utilizei a frase “spoiler do futuro”? É isso que quero dizer quando falamos de Web 3.0, um tema muito explorado, com diversas empresas apresentando quais serão suas soluções futuras, inclusive relacionadas ao blockchain, deixando muito claro que sim, essa será a próxima revolução da internet, onde marcas e pessoas estarão cada vez mais conectadas física ou presencialmente.

Evolução do PDV

Um fato é: de tudo que vi e ouvi durante a NRF, o principal elemento a ser observado é a evolução dos pontos de venda. Cada vez mais, as empresas estão em busca de ferramentas para deixar tudo mais dinâmico, atraente e proporcionar uma experiência satisfatória para o cliente, algo que é muito comum nos Estados Unidos, como o Walmart, que possui tecnologias aplicadas no dia a dia, por exemplo o self checkout através da identificação por rádio frequência (RFID). Porém no Brasil, muito provavelmente, esta dinâmica do PDV vai chegar mais tarde, quando colocamos em debate a estrutura de custos.

Comportamento do consumidor

Por fim, mas não menos importante, o comportamento de compra tem sua relevância também. Cada geração traz um impacto diferente, emantendo a tendência que já vinha de alguns anos, o usuário, principalmente os mais jovens, estão cada ainda mais engajados e interessados em participar, com a criação de conteúdo e a parceria com marcas que estejam dentro daquilo que eles acreditam, reforçando o motivo pelo qual a Web 3.0 é uma realidade que vai ser consolidada nos próximos anos.

* Acumula mais de 10 anos no mercado de e-commerce ajudando empresas a transformar tecnologia em valor para negócios em mais de 20 países. E também é voluntário na EICOM (European Institute for Ecommerce Management), escola de negócios de transformação digital sem fins lucrativos localizada na Universidade de Cambridge, Reino Unido. Bacharel em estatística pela UNICAMP e entusiasta de Data Science com o foco em e-commerce e negócios digitais.